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24 de Abril de 2024

PLP 257/16 é bomba armada contra a máquina pública e os servidores de todo o país em nome do refinanciamento das dívidas

Publicado por Flávia Ortega Kluska
há 8 anos

PLP 25716 bomba armada contra a mquina pblica e os servidores de todo o pas em nome do refinanciamento das dvidas

O Projeto de Lei Complementar 257/16, enviado ao Congresso, já tramita em regime de urgência na Câmara e pode ser votado na próxima semana. O texto impõe uma série de exigências fiscais e arrocho contra o funcionalismo público como condição para adesão ao plano de refinanciamento da dívida dos estados, municípios e Distrito Federal.

Na avaliação de Antônio Augusto de Queiroz, assessor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o PLP 257/16 “terá um efeito devastador sobre os servidores públicos das três esferas de governo”.

“O projeto adota uma política de ajuste fiscal e controle de gasto, de redução do papel do Estado e estímulo à privatização e, principalmente, de corte de direitos dos servidores públicos. Lembra, em grande medida, o conjunto de propostas encaminhado por FHC em 1997, e que tiveram, como resultado, um sucateamento sem precedentes da máquina pública, e a supressão de mais de 50 direitos dos trabalhadores e servidores públicos”, alerta Queiroz.

Para ter direito ao refinanciamento da dívida (com o acréscimo de até 240 meses ao prazo total, que poderá chegar a 360 meses, e redução de 40% no valor das prestações por 24 meses), o projeto exige que os entes federativos, no prazo de 180 dias da assinatura dos termos, sancionem e publiquem leis determinando a adoção, durante os 24 meses subsequentes, das seguintes medidas:

1) o corte de 10% das despesas mensais com cargos de livre provimento,

2) a não concessão de aumento de remuneração dos servidores a qualquer título

3) a suspensão de contratação de pessoal, exceto reposição de pessoal nas áreas de educação, saúde e segurança e reposições de cargos de chefia e direção que não acarretem aumento de despesa

4) a vedação de edição de novas leis ou a criação de programas que concedam ou ampliem incentivos ou benefícios de natureza tributária ou financeira.

Para piorar, em nome da “responsabilidade da gestão fiscal”, o PLP 257/16 determina, ainda, que os entes aprovem normas contendo, no mínimo, os seguintes dispositivos:

1) a instituição do regime de previdência complementar, caso ainda não tenha publicado outra lei com o mesmo efeito

2) a elevação das contribuições previdenciárias dos servidores e patronal ao regime próprio de previdência social (sendo a elevação para pelo menos 14%, no caso dos servidores)

3) a reforma do regime jurídico dos servidores ativos, inativos, civis e militares para limitar os benefícios, progressões e vantagens ao que é estabelecido para os servidores da União

4) a definição de um limite máximo para acréscimo da despesa orçamentária não financeira a 80% do crescimento nominal da receita corrente líquida do exercício anterior

5) a instituição de monitoramento fiscal contínuo das contas do ente, de modo a propor medidas necessárias para a manutenção do equilíbrio fiscal

6) a instituição de critérios para avaliação periódica dos programas e projetos do ente.

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8 Comentários

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O que irrita é que o serviço público realmente necessário é o do "baixo-escalão", e este é logo o mais maltratado. Refiro-me aos serviços essenciais para o contribuinte, e que são os mais sucateados de todos.

O Estado Brasileiro trai a razão de ser de um Estado, e trabalha para si mesmo.
Os interesses do povo não passam de mera retórica. continuar lendo

Deveriam ser extintos os cargos dos servidores públicos, na maioria de seus casos.

Têm privilégios excessivos, emprego vitalício, direito a greve de maneira abusiva, (vide os professores).

Funcionário público deveria ser igual a qualquer "empregado" de qualquer empresa; porém são intocáveis por força de lei e constituem um verdadeiro peso aos cofre públicos, (nós) e por serem intocáveis, muitos atendem como se fossem "deuses do Olimpo".

O Brasil precisa ser renovado, e todos esses cabides de empregos deveriam ser extintos e contratar "pessoas normais" para trabalhar.

É só analisar o quanto custa à máquina pública em salários-vs-retorno de serviços e descobrir o desperdício no gasto de "impostos".

Tanta burocracia somente encarece e trava o bom desempenho dos atendimentos, aliado à "má vontade" de grande parte dos "servidores". continuar lendo

Não fale besteira, pelo amor de Deus. continuar lendo

A estabilidade não é um prêmio, ela serve para dar autonomia ao servidor na medida que esse não se vê obrigado a burlar a lei para se garantir seu emprego, isso significa que pode tratar todos de forma igual, independentemente da posição social... continuar lendo

Para um país pobre como o Brasil, os vencimentos do funcionalismo público está fora da realidade... Mas, dentro do próprio funcionalismo público, existe uma discrepância muito grande entre uns e outros, dependendo da esfera de governo e ate mesmo entre os funcionários de uma mesma esfera, por exemplo, os vencimentos de um Delegado da Polícia Federal x Delegado da Polícia Civil; um escrivão de polícia x escrevente judicial; e daí por diante... continuar lendo

Cortes são, de fato, essenciais para a manutenção do funcionalismo público. A máquina pública, cada vez mais pesada, está se tornando insustentável; há duas saídas: enxuga-se a máquina pública e otimizam-se os serviços prestados, ou aguardar-se o país definhar até quebrar como a Venezuela. E não digo isso como servidor público que sou, falo como cidadão, pois não quero "viver bem" enquanto o país é massacrado. Países com economias boas dão oportunidades aos trabalhadores, seja na iniciativa privada, seja no serviço público. Se tudo continuar da forma que está, não teremos nem um nem o outro. continuar lendo